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Resenha: O espetacular Homem-Aranha

   Depois da estréia do mais novo filme do amigão da vizinhança, de tão feliz que fiquei, não pude deixar de comentar aqui a minha impressão do filme, e não farei isso de forma linear.
   Uma palavra para descrever este filme: Bonito. Sim, bonito é o que se pode dizer, e muito mais do que o público geral esperaria de um filme baseado em HQ onde o protagonista vive dramas adolescentes usando collant. Peter Parker não é um bilionário folgado e fabricante de armas, não é um sentinela da liberdade e do "sonho americano" (fracasso no amor), não é um cientista atormentado pelo seu demônio interior (e pelos demônios exteriores/outro fracasso no amor), nem tampouco um deus enfurecido, vítima do próprio orgulho que retoma a glória pelo caminho da humildade. Ele é apenas um adolescente com as mesmas aspirações de qualquer adolescente americano.
   E é basicamente isso que faz dele um herói impar; não tem mordomo (apesar de ser órfão). Qual adolescente não iria querer a Emma Stone? Qual não iria vibrar ao descobrir que pode escalar paredes?
Parker, um adolescente nerd e tímido, recebeu uma repaginada neste reboot(uma boa dessa vez). Apesar de ser um jovem gênio, andava de skate, fugindo aos clássicos esteriótipos. Talvez apenas para haver lógica no fato de ele amar a emoção dos ares, ao invés de ter náuseas, como aconteceria provavelmente com um nerd franzino.
   Pontos positivos neste filme foi a essência resgatada do jovem herói, fazendo piadinhas quando com a máscara. O fato de no filme haver toda a história de seus pais, sua origem e ainda um vilão para ser combatido, dava duas opções: ou uma criatividade diferenciada para narrar a história ou três horas de filme. Optaram com sucesso na criatividade, já que não seria muito interessante vê-lo lutando vale-tudo, deixando um bandido fugir e perdendo o tio dias depois, mas tudo foi compensado com uma referência ao vale-tudo, uma explicação para o uso da máscara e uma forma mais rápida de perder o tio, e sem ser algo banal, mantendo o fator culpa. Interessante também foram as referências ao desenho animado, colocando Peter e Gwen em contato com Dr. Connors. Além, é claro, de interligar a origem do aranha, o desfecho de seus pais, a origem do Lagarto e uma futura origem do Duende Verde. Outros dois fatores que na franquia anterior me revoltaram e nessa me provocaram felicidade foi uma invenção plausível dos lançadores (imaginem ele soltando teia da bunda), e principalmente, a Gwen era a Gwen!! Realmente não entendo o que tem de melhor em colocar a Mary Jane como amor de toda a vida do Peter e a Gwen como uma qualquer que aparece eventualmente tentando roubar o homem (só pra constar, gosto da franquia anterior, só tive que ser realista). Entre as adaptações, achei plausível colocar a Gwen logo de cara, já que ter um pseudo-affair com a Betty agora não seria interessante mesmo.
    Um momento do filme que realmente achei lindo foi quando o Peter salvou aquele menino no carro. Apesar de se saber que ele já possuía aquele "espírito heróico" dentro de si, não iria sair por aí salvando vidas por nada. Naquele momento, ele passou de vingador (sem trocadilhos) a herói de verdade. Algo estalou dentro dele, que o fez absorver aquele senso de justiça e responsabilidade que o tio Ben lhe falou (aposto que o fato dele ter dito a frase de um outro modo decepcionou muita gente). Surpreende também o fato dele não achar o assassino agora, mas a foto no quarto dele sugere muita coisa pro próximo filme. Um outro ponto interessante foi a morte do Capitão Stacy, que para quem como eu, percebeu que isso iria acontecer, ficou com medo da Gwen culpar o aranha, e já que ela sabe a identidade do Peter, ficaria complicado...
   Fazer o filme de uma forma totalmente diferente dos três anteriores (o lagarto não sequestrou a Gwen e nem se matou num acesso de bondade), sem ser mirabolante foi um grande acerto! Era aquele o Peter Parker dos quadrinhos: com problemas em casa, piadista debaixo da máscara e principalmente Humano! O filme acertou em cheio em ser 70% Peter Parker e 30% Homem-Aranha. 
   Ah, e o Flash apesar de Bully babaca, também foi bem humanizado (caso contrário, seria muito estereotipado, além de ter ficado parecido com as histórias da década de 70).

   Bem, é isso, espero que tenham gostado dessa análise (isso não foi uma resenha de forma alguma), fiquem de olho para as próximas postagens e boa madrugada!
   



3 Responses so far.

  1. Unknown says:

    Ótimo texto Luã. Por isso que prefiro mil vezes ler uma "crítica" de um fã, que conhece as HQs do que uma desses especialistas que (se julgam) entendedores de cinema.Não dá pra discordar de nada do que você disse. também gosto da trilogia anterior mas aquele ali não era o Aranha. esse,apesar de algumas mudanças manteve a essência do personagem com maestria. e que venha o 2

  2. Unknown says:

    Opa, obrigado pelo comentário Mac!
    Agora, só espero pelo próximo filme hehe

  3. Alê says:

    A maioria das pessoas que achou esse filme espetacular tinham dois problemas com os antigos: o Peter Parker de Tober Maguire idealizado por Sam Raimi e ausência ou pouco espaço da Gwen na antiga franquia.

    Mesmo que fosse a desgraça que muitos estão pintando, tenho certeza que essas pessoas ainda achariam mil vezes melhor que a trilogia clássica. Eu não achei o filme razoável, tão pouco a porcaria que dizem ser, mas espetacular mesmo, pra mim é o outro Homem-Aranha.

    Vejo que este recomeço está para o personagem como Primeira Classe está para os X-Men. Ele até pode ser melhor filme que seu antecessor, mais redondinho, mas não tem a mesma sensibilidade que os filmes do Sam Raimi e Bryan Singer.

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